domingo, julho 31, 2005

Revista de Imprensa

"A reluctant warrior", Wilson John, Washington Times
"Possibilities of peace ",
Leader, The Guardian
"Mao's long march lingers even as dark side emerges ", Howard W. French, IHT
"Meanwhile: The Dear Leader provides good drinking water", Jas Gawronski, IHT
"Our extreme makeover", Max Boot, LA Times
"OPTING OUT", ANTHONY LANE, The New Yorker
" The Right Tools To Build Nations", Samuel R. Berger and Brent Scowcroft, Washington Post
"Think Again, Karen Hughes", Anne Applebaum, Washington Post


sábado, julho 30, 2005

Pinhos e Piñatas


Manuel Pinho cometeu a audácia académica de juntar notas de rodapé ao seu artigo no Expresso. Foi politicamente hábil, concentrou-se na defesa do projecto TGV face ao temor concorrencial espanhol, justificou-o na uniformidade ibérica e concedeu-lhe um base teórica keynesiana.
Deixou a elevação da capacidade económica a cargo do Estado, longe da livre iniciativa concorrencial e perto dos clamores públicos pelo Estado benemérito e tentacular.
Esqueceu-se, no entanto, do busílis ( sempre quis usar esta expressão) da questão: a OTA.
Estamos perante o caso óbvio de um Pinho que não acerta na piñata.

sexta-feira, julho 29, 2005

Ciao Bella!!



Viver faz todo o sentido quando se conheceu Roma.

[Roma, António Mega Ferreira, Assírio e Alvim, 2004]

Sugestões de Leitura

Rui Ramos, Outra Opinião, 2004.
J. M. Coetzee, O Mestre de Petersburgo, 2004.
Álvaro de Vasconcelos, Conversas com José Calvet de Magalhães, 2005.
Hugo Pratt, Corto Maltese - Fábula de Veneza, reedição 2004.
Tiago Rebelo, Encontro em Jerusalém, 2005.
Bernardo Carvalho, Mongólia, 2004.
Ernest Gellner, Condições da Liberdade, 1995.
John Micklethwait & Adrian Wooldridge, The Right Nation: Why America is Different, 2004.

Há um economista na sala? E um forcado?*

O olhar opaco esconde confiança e a gesticulação procura mostrar vontade de “fazer”.
José Sócrates exaspera na renúncia ao investimento público “de acordo com o almanaque Borda d’Água”, em que "apenas se investe quando faz bom tempo”, apenas para ... assumir uma política de investimentos de acordo com o almanaque Boda d’Água: "não, nós devemos investir quando faz mau tempo, para que venha o bom tempo".
Temo que José Sócrates tenha interpretado de um forma demasiado literal o apelo público por “reformas estruturais”. Na sua mente, logo se vislumbraram betoneiras, alicerces e fundações. Um Fontismo revisitado, muito à imagem de Vital Moreira que nos brinda com uma desolada estação Coimbra B. O TGV trará a Coimbra e à ruralidade interior hordas de gestores, arquitectos e capitais. Do Silicon Valley para o Vale da Cabra, a Microsoft render-se-ia à celeridade e ao conforto do transporte.
Que importa a alta tributação fiscal, quando na OTA recebemos as malas em 5 minutos e à porta há logo um TGV para Frielas? Que importa a incapacidade competitiva de um economia estática quando time is money, Mr. Gates?
Como Engenheiro, José Sócrates deveria saber que construções em mau tempo, levam sempre a alicerces pantanosos.

*título, escandalosamente, plagiado a estes senhores

200 anos de Alexis de Tocqueville















Adieu Tocqueville?”, André Fontaine, Le Monde

In the Footsteps of Tocqueville”, Bernard-Henri Lévy, The Atlantic (só para assinantes)

quinta-feira, julho 28, 2005

Política Internacional



Sem querer contestar certos e determinados monopólios publicitários, já por aí anda o novo número da Política Internacional.

quarta-feira, julho 27, 2005

(h)O(r)TA(s) e otários

Campos e Cunha, pré – demissionário, apelou no Público ao investimento governamental contido e selectivo. Mais tarde, António Vitorino questionou as opções governamentais em matéria de investimento. Hoje, chegou a hora de um lato comité de sábios economistas se insurgirem contra “mais experiências fantasistas” de investimento público. Ainda que socialista, devo juntar a minha voz ao coro de protestos (consciência oblige).
Na passada segunda-feira desloquei-me ao Porto em Alfa Pendular. Foram 3 horas de viagem no conforto de um meio de transporte moderno, ainda que subaproveitado. A inadequação das linhas férreas impede o Alfa de atingir a sua velocidade máxima, enquanto que a sua má planificação obriga-nos a permanecer estáticos durante 10 minutos para deixar passar o Inter – Cidades e comboios regionais. Um expansão da linha Alfa Pendular poderia, perfeitamente, adiar o recurso ao TGV para melhores dias financeiros. Aliás, duvido que haja grande predisposição do grande público em pagar mais do que os 44 euros de uma viagem Lisboa-Porto-Lisboa em classe turística no Alfa Pendular.
Mas mais do que o TGV, é a recorrente insistência governamental na construção de um Aeroporto na OTA que me deixa incrédulo.
Bem sei que qualquer grande metrópole cosmopolita (NY, Londres, Paris, etc) recorre a dois ou mais aeroportos. Mas, Lisboa, antes da construção de um novo aeroporto, tem de se tornar uma metrópole cosmopolita. Hoje, o seu provincianismo periférico está bem servido com o aeroporto da Portela.
Após ter passeado pelos movimentados corredores do JFK ou de Schipol, não há nada como regressar ao exotismo da Portela. Lisboa terá o único aeroporto do mundo a onde os estudantes universitários se deslocam para estudar pelo seu sossego. Às 11 da noite, a principal zona de restauração da Portela não está repleta de malas e da emoção de partidas e de chegadas, mas de apontamentos, manuais e calculadoras.
O turista recém chegado nunca terá melhor imagem, do tão apregoado, “crescimento assimétrico português” como no exterior do aeroporto da Portela. Nada mais do que um velho e poeirento bimotor reconvertido em bar de strip. O mais experimentado duvidará, imediatamente, da qualidade do trabalho de varão da profissional da casa em espaço tão exíguo, para logo se perder na admiração da flora regional.
As inúmeras e visíveis hortas que rodeiam a Portela, constituem um parque botânico castiço e único e , algures no mundo, existirá um livro de culinária que preza o caldo verde da Portela pelo seu recurso a ingredientes enigmáticos (escape de turbina).
Na realidade, o taxista português não é “ladrão”, mas patriota. Mais do que o volume da bandeirada, é o seu orgulho pátrio que o leva a conduzir o turista até Cascais, para chegar ao Rossio pela marginal, evitando ,assim, o cenário bratislaviano da Rotunda do Relógio e da entrada das Avenidas Novas.
Em crise, e no momento de incremento da tributação fiscal, qualquer dividendo público deverá ser reconvertido para a reorganização, racionalização e redução do Estado, abrindo espaço a uma posterior redução da carga fiscal. O recurso a soluções keynesianas de aumento do peso económico do Estado serão, não só contraproducentes e inglórias, como conduzirão a novas tributações fiscais.
Um novo aeroporto na OTA não só não contribuirá para uma a melhor colocação de Lisboa nas rotas aéreas internacionais, como retirará Portugal da rota dos fluxos económicos globais.




Timidamente, sós no tempo

A escolha desta fotografia não procura ser depreciativa. Na realidade, esta é a imagem que guardo de Mário Soares: a “política da afabilidade” em transição democrática, agente incontornável da opção democrática portuguesa, patriarca socialista. A “Presidência” das décadas de 80 e de meados de 90.
Devo confessar que minha opção pela filiação partidária foi particularmente difícil, não tanto pela escolha partidária, mas pela reserva da minha liberdade opinativa, naturalmente diletante. A minha opção pela filiação socialista foi maioritariamente emocional e para ela muito contribuiu a recordação de Mário Soares (conservo com muito cuidado e orgulho um folheto da campanha eleitoral de 86 onde Soares escreveu: “com um grande abraço para o Gonçalo”).
Em 86 Soares era “fixe”, mas em 2006 duvido que consiga ser “um ganda bacano”. Não são tanto as suas opções em política externa e europeia que me preocupam. Soares não é ingénuo ou mancebo e sabe perfeitamente diferenciar entre federar a esquerda e assumir a titularidade de uma democracia ocidental, bem como escutar os fluxos do sistema internacional.
A questão central é que hoje, ao contrário da transição democrática, Portugal não necessita um Presidente civil que sossegue o Ocidente acerca de possíveis incursões terceiro-mundistas ou de opções revolucionárias por democracias populares. Hoje, Portugal necessita de confirmar a sua vitalidade democrática e assegurar a confiança dos agentes internacionais nas suas capacidades económicas.
O que mais me inquieta é a profunda incapacidade portuguesa na sua regeneração política. Numa altura em que a Europa renova as várias lideranças nacionais, Portugal opta entre o longínquo e o distante, e sobrevive na reciclagem da classe política com uma gap duplamente geracional em relação às suas congéneres europeias e ocidentais. O problema não é Soares “Presidente” ou Soares “presidenciável”, o problema é o Portugal político, ideológica e geracionalmente idoso.

terça-feira, julho 26, 2005

Conforto

Sousa Lobo cometeu o sacrilégio de classificar as Universidades portuguesas, tendo por critério o volume de artigos por investigadores nacionais editados em publicações internacionais. Inúmeros reitores vieram hoje insurgir-se contra o ranking de Sousa Lobo, denunciando o seu critério de avaliação como inválido. Entre todas as críticas hoje publicadas pelo Público, destaco a de Adriano Pimpão da Universidade do Algarve que salienta que:

“A análise sai distorcida porque nas ciências sociais não se publica tanto....Isto não significa que não se dediquem à investigação”

Peço desculpa ao Dr. Pimpão pela minha fanfarronice, mas tenho sérias dificuldades em perceber porque é que um politólogo português não poderá alentar a esperança de um dia publicar no Journal of Democracy ou na Policy Review ( estes investigadores e docentes das Universidades de Leiden e de Siena, bem como o búlgaro Ivan Krastev não parecem ter tido grande dificuldade). Será que um investigador português de Relações Internacionais não poderá ombrear com o grego Kalypso Nicolaïdis do Institut d'Etudes Politiques in Paris, nas páginas da Foreign Affairs. Será que esse mesmo investigador se poderá sentir deslocado nas mesmas páginas da National Interest onde os australianos David Martin Jones e Alan Dupont escreveram sobre a política externa norte-americana e sobre Habermas?
A realidade é que a investigação nacional em Ciências Sociais caiu no conforto securitário do doméstico e do coevo. Duas das melhores análises da França Revolucionária partiram de um americano e de um britânico e, nos anos 60, o francês Albert Silbert publicou inúmeras e admiráveis obras sobre o Portugal Oitocentista. O mesmo se poderá dizer de Kenneth Maxwell, cuja obra A Construção da Democracia em Portugal ( a par de inúmeras outras publicações acerca do Portugal político dos anos 80 e 90) continua inigualável.
No entanto esta é uma estrada de um só sentido. Se passearmos os olhos pelas prateleiras da Fnac ou da Bertrand, reparamos que entre as secções de Ciências Sociais, há uma absoluta ausência de investigação nacional acerca de questões internacionais, globais ou até regionais. Alguns, muito poucos e quase todos de uma nova geração, aventuram-se em temas da construção europeia ou por questões da política externa portuguesa para além da segurança do Arquivo Histórico - Diplomático.
Mas o mercado é escasso e a oferta temática é restrita. Pouco mais se poderá escrever sobre Portugal na Segunda Guerra Mundial (António José Telo encarregou-se de explorar o filão) ou sobre a tributação régia nas duas primeiras décadas do século XIII.
O caminho futuro para a investigação portuguesa em Ciências Sociais passará, obrigatoriamente, pela sua internacionalização e pelo eclipse, progressivo, dos actuais feudos temáticos.
O conforto é fraudulento.

Amizades na Política

















Em Agosto de 2004, Sócrates falava sobre os seus "adversários" no interior do PS (leia-se Mário Soares, apoiante do filho João para a liderança socialista): «Os guardiões do templo da ortodoxia fazem o papel ridículo de conservadores de um museu que já ninguém visita».
E acrescentava: «Não há donos da esquerda nem donos do PS».

A Oeste nada de novo

Diz o Francisco aqui: «Não sou um Soarista, mas reconheço o papel importantíssimo que teve na história do Portugal Democrático».

Em parte tens razão. No entanto, eu continuo a achar que Carlucci (e outros) foi bem mais importante. Soares foi apenas o escolhido para capitalizar os apoios internacionais fundamentais à democratização. Podia ter sido Sá Carneiro. Mas não. Soares, após o chuto bem dado no PC - aqui sim, um serviço ao país - soube controlar as finanças do PS, controlando assim o partido. Venceu as eleições para a Constituinte e, por ser o mais bem colocado para protagonizar a vitória das "forças democráticas" sobre as "revolucionárias", teve os maiores apoios internacionais. O que ele fez com esses apoios é outra história... (ler Rui Mateus, por exemplo)
O resto é conhecido. Primeiro-ministro, Presidente da República e a concretização de uma teia de interesses e redes de influência que ainda hoje pautam a política portuguesa.
Só assim se explica o tom politicamente correcto de elogios baratos no seu último aniversário e a histeria actual em torno da sua putativa candidatura presidencial.
Assim vai o país.


ps: Volta Futre, estás perdoado!

Há um ano atrás.....

Soares sobre Sócrates: «Representa (...) o menos feliz da herança guterrista, pela falta de firmeza nas ideias (...) e por alguns dos barões que o rodeiam e influenciam».

segunda-feira, julho 25, 2005

Coisa Más

Parece que, vinte anos depois, os protagonistas são os mesmos. É o regresso dos mortos-vivos. Soares e Cavaco atacam de novo. Desculpa, mais uma vez, Marta...

Coisas Boas

Hoje à noite, Feist canta e encanta na Aula Magna. Não consegui bilhetes. Desculpa Marta....

quinta-feira, julho 21, 2005

Pôr a casa (vocabulário político) em ordem

Simplesmente essencial

Rui 100% Ramos volta a atacar:

Na crítica aos funcionários como uma “classe privilegiada” ecoam curiosamente os argumentos outrora usados contra a nobreza e o clero da antiga monarquia. Não é um eco despropositado. Os actuais e os antigos privilegiados têm em comum o facto de serem classes que vivem de um rendimento extraído pelo poder público, e justificado por uma ideologia de “serviço”: militar e “espiritual” num caso, “social” no outro. Os funcionários prestam serviços úteis? Sem dúvida, tal como a nobreza e o clero, de acordo com os padrões do seu tempo. Mas resta saber se o desempenho por funcionários públicos será, em todos os casos, a maneira mais eficiente de dispor desses serviços. A verdade é que, ao contemplarmos o actual Estado português, não estamos perante uma empresa de serviços, mas uma experimentação social em grande escala. Não esperem, por isso, que emagreça pacificamente, nem que faça bem o que não foi feito para fazer. E não se admirem que, como a antiga nobreza e o clero, os funcionários resistam à extinção dos seus privilégios.

Ai tou que nem posso...


Caro Eng. Zé Pinto de Sousa

Quatro meses de dedo em riste e já uma demissão. Temos pena. Até porque as coisas estavam a correr tão bem...

O cansaço de Campos e Cunha chama-se Freitas do Amaral, que à 2ª feira é MNE, à 3ª Senador desta República, à 4ª membro do Governo e à 5ª, finalmente, candidato ao tão sonhado lugar em Belém.

Mas, caro Eng. Pinto de Sousa, a coisa está controlada. Até porque é normal um Ministro das Finanças aquecer o lugar quatro mezitos, para mais acumulando reformas pobrezinhas que nem dão para mandar cantar um cego. Mas via-se que ele não estava bem. Havia um cansaço acumulado de tanto Ecofin, tanta OTA e tanto TGV.

Uma coisa parece certa: a coisa está a andar bem e o barco está perfeitamente controlado. Seguem-se um empate nas autárquicas e uma traulitada nas presidenciais. Mas o barco está controlado...

Onde está Jorge "O zelador do Reino" Sampaio nesta hora de aperto para a família socialista? Será que "aqueles sinais que tanto atormentavam os portugueses" em Dezembro último deixaram de existir?
Jorge, se me está a ouvir, alegue também o cansaço e goze a sua reforma o mais rápido possível.

segunda-feira, julho 18, 2005

A pobreza não é a causa

Em Portugal, há certos argumentos que depressa se transformam em verdades sem passarem pelo teste de um debate crítico. Esta tendência não só é má para a qualidade das discussões públicas do nosso país, como prejudica a compreensão de questões importantes. A propósito dos ataques terroristas em Londres, muitos afirmaram, mais uma vez, que a pobreza é a principal causa do terrorismo. Para os que contestam este argumento, onde me incluo, a primeira reacção, e a mais lógica, é recorrer aos factos. Se lermos as biografias dos terroristas de Nova Iorque, de Madrid, e de Londres, cerca de três dezenas, percebemos rapidamente que nenhum era pobre. Pelo contrário, todos eles pertenciam à classe média, a maioria tinha educação universitária e estavam integrados nas sociedades europeias e norte americanas. Além disso, se olharmos para o perfil dos principais dirigentes dos movimentos radicais islâmicos, quer os que habitam na Europa, quer os que vivem em países muçulmanos, encontramos igualmente pessoas educadas, algumas com uma forte formação científica e intelectual, e prósperas financeiramente. Numa sociedade inteiramente racional, estes factos seriam suficientes para destruir o argumento de que a pobreza causa o terrorismo.

João Marques de Almeida, Diário Económico

sexta-feira, julho 15, 2005

A lei da nacionalidade tem de ser alterada

As associações de imigrantes sentem-se enganadas com a proposta de lei da nacionalidade, por continuar a privilegiar o ius sanguinis. E vão marcar uma reunião para discutir formas de luta. Isto porque não é concedido directamente o estatuto de português a quem nasceu em Portugal, mas só ao fim de seis anos de residência legal dos pais, de dez das crianças e aos filhos de imigrantes já nascidos em território português (3.ª geração). Estimam que existem 100 mil a 150 mil pessoas nascidas em Portugal e que são estrangeiras.Os representantes dos imigrantes, individualmente ou através da Plataforma de Associação de Imigrantes e do Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração (COCAI), sempre defenderam a atribuição do critério ius soli tem a nacionalidade do país onde nasceu, independentemente da nação dos progenitores, como estipulava a lei de 1960. É, também, esta a regra de países de destino dos portugueses, como a Alemanha, a França, o Canadá e os EUA.

Portugal, em definitivo, precisa de uma banhoca kantiana. Como é possível termos uma lei de nacionalidade tão reaccionária? Queremos ou não ter um país cosmopolita? Temos de alterar esta lei imbecil. Um país cosmopolita não se pode basear num direito de sangue. Isso, meus caros, é uma bárbarie romântica. Os liberais portugueses não podem ficar indiferentes a isto. Temos de apoiar uma lei de nacionalidade cosmopolita, baseada no direito de solo.

"Liberdade Positiva"

100%

«Não se combate o terrorismo só afirmando 'coloquei-os na minha lista de organizações terroristas' "

R. T. Erdogan, PM turco.

Strictly 90’s

































Convocam-se estes senhores para a constituição de uma “Coalition of the Willing” destinada à identificação da indispensável banda sonora da nossa adolescência. Vasculhei o baú das memórias e seleccionei alguns dos meu favoritos. Há 10 anos, demorava 1 hora para passar cada um destes álbuns para K7 (walkman oblige!), hoje, em 15 minutos, estavam todos em fila prontos para marchar para o iPod.

quinta-feira, julho 14, 2005

Frére Jean-Jacques, Dormez-vous? Dormez-vous? ...

alfa, charlie, whisky, bravo

oqueixote, can't, lock, estiglitz,














1000 , aiéque

sneddig ynohtna

burke

deus

Algo que irrita fanáticos: escreveu deus propositadamente com letra pequena.

quarta-feira, julho 13, 2005

Trocas e baldrocas

Quando vou a colóquios, fico sempre com esta impressão: alguns portugueses (aqueles que fazem outra palestra quando deveriam fazer perguntas) falam como se estivessem a escrever e escrevem como se estivessem a falar.

Génios e Genes

John Lewis Gaddis estava correcto em afirmar que teorias da preempção e prevenção não nasceram com a Administração Bush. Na realidade elas remontam às mentes iluminadas que criaram títulos como “Comité de Sábios” ou “Instituto da Inteligência”, eliminando, a priori, qualquer argumento contrário:

- “Isso é ridículo! Quem é que chegou a essa conclusão?”
- “Foi o Comité de Sábios”.
- “Bem, se calhar eles é que sabem...”

Reparo agora que o Instituto da Inteligência garante que "a maior ou menor habilidade para os algarismos e o cálculo ou para as letras e a linguística devem-se a estruturas cerebrais e mentais que dependem de factores genéticos e hereditários". Sim, leu bem, acaba de ser identificado o “cromossoma tabuada”.
Alicerçando-me na sapiência superior do Instituto da Inteligência, permitam-me chegar uma conclusão:

- Com “dois terços dos 84.980 alunos do 9º ano sujeitos a exame reprovaram na prova de Matemática”, só posso deduzir que algures na nossa História, Portugal sofreu um surto incestuoso.

"A predisposição para a matemática é genética. Não tem nada a ver com questões culturais", mas com o facto de dois terços dos alunos de Matemática partilharem a mesma pool genética.
É completamente absorta a esta equação a qualidade do ensino ou o planeamento curricular .
Mais tarde serão identificadas predisposições inatas para a Filosofia, com previsíveis sinais de alguma apatia perante Heidegger.
Permitam-me recordar a minha pequena experiência com Institutos de Inteligência. Penso que quando acabei o 9º ano a minha mãe convenceu-me (coercivamente) a fazer um teste psicotécnico que me vaticinou uma carreira musical. Talvez se tivesse respondido de forma diferente à questão:
“Que preferes fazer":
A) Ficar em casa a afinar o piano
B) Ficar em casa a fazer pão
C) Ficar em casa a pentear “O meu pequeno pónei”

a minha “predisposição inata” poderia ter apontado para os lados de cabeleireiro ou de padeiro. Infelizmente a minha carreira musical nunca durou mais do que uns meses (curiosamente, os mesmos em que fiz o teste psicotécnico) mas, ainda hoje, quando olho para um cavaquinho há algo em mim que palpita. Só pode ser o meu "cromossoma Júlio Pereira"

Rui "100%" Ramos

Assim não!

"Afinal, a prioridade à relação transatlântica que constava dos programas dos governos (de Durão Barroso e de Santana Lopes) era pura retórica: nenhum dos ministros dos Negócios Estrangeiros foi a Washington nem nenhum secretário de Estado foi a Lisboa tratar de temas bilaterais", disse Freitas do Amaral, em declarações à Lusa em Washington."Nós que, pelo contrário, entrámos (no Governo) com fama de antiamericanos, aqui estamos, pouco mais de três meses depois, para uma visita de trabalho destinada a aprofundar as relações bilaterais", acrescentou.

É, sem sombra de dúvida, uma viagem importante. Os EUA são, na minha opinião, o principal aliado de Portugal (este ponto daria um outro, talvez longo, post). Não me parece bem é que se atirem pedras para outros líderes da diplomacia portuguesa ou até mesmo para governos anteriores. Dá ideia que o Dr. Freitas do Amaral está a passar por uma fase de afirmação. Ou então que quer ser mais pró-americano do que a própria Condee.
Não lhe ficam bem estas afirmações. Até parece que quer redimir-se de alguns disparates recentes!

terça-feira, julho 12, 2005

Escolha Literária da Semana

A Crónica dos Bons Malandros de Mário Zambuzal (na imagem, a adaptação cinematográfica por Fernando Lopes, igualmente recomendável). Vinda directamente de um tempo em que a Polícia era a “bófia”, o agente policial o “chui” e roubar era arte Marialva.
Deixo-vos com este pequeno mas elucidativo diálogo:

O subchefe da Polícia apontou, detrás da secretária, o cano da esferográfica.
-“Profissão?”
As duas mulheres trocaram olhares, a mais velha e gorda deu um passo em frente come se quisesse ir entregar a reposta em mão. Entregou, baixinho:
“Putas...”
O subchefe da Polícia fez uma carta de desagrado, abanou tristemente a cabeça e censurou:
-“Então isso diz-se assim?”
A mulher, a mais velha e gorda, não compreendeu que diabo queria o subchefe da Polícia, ficou calada, a pensar, pensou que talvez não tivesse sido respeitosa o suficiente. Emendou:
-“Putas, senhor subchefe.”

Tomem lá!
















[Cândida Branca Flôr, New Kids on the Block e Spandau Ballet]

Tens toda a razão Henrique. Sobretudo se o enquadrarmos com Chimsky.
A minha luta, hoje, é com estes senhores! Sim, uma dupla que foge constantemente das regras do jogo e que, talvez por falta de armas, resvala para épocas mais recentes, convencidos que levam a melhor. Quem se mete com o Sinédrio leva!

Essencial

Para se perceber a influência de românticos vitalistas e, sobretudo, leninistas na actual ideologia islamita de bin Laden: Terror, Islam, and Democracy by Ladan Boroumand & Roya Boroumand (April 2002). ver em http://www.journalofdemocracy.org/

Se eles julgam que nos ganham estão muito enganados!!






Erótico vs. Porno

Não posso deixar de reproduzir o que o meu caro Camarada Francisco escreveu acerca do meu post “Bees do it. Birds do it. Playboy helps out a lot…”:

“Gonçalo,
quando apareceu a parabólica passámos também a ter acesso aos filmes didácticos da RTL. Hoje, um pai distrai-se, e tem o seu filho de 6 anos a lambuzar-se com as duplas penetrações do canal 18, ainda por cima, primariamente dobrado em castelhano. Já não há filmes eróticos com alguma história. Hoje, só há pornografia pura e dura. Daí a necessidade da educação sexual nas escolas para explicar às crianças que não é preciso falar castelhano para ter relações, que é normal trocar mais de duas palavras antes de levar alguém para a cama e que não é preciso grunhir para se ter um orgasmo.”

De facto, rareia a boa película erótica. É com isso em mente que o Sinédrio tem o prazer de inaugurar o seu novo segmento, sem qualquer seguimento, “Erótico vs. Porno”, escandalosamente inspirado nos “Prós e Contras Chicago vs Lx” da Joana Amaral Dias.
Muitos poderão, porventura, pensar que o que distingue o erótico do pornográfico se reduz à barreira da full frontal nudity que divide o soft do hardcore. Muitos se enganam.
A virtude maior da industria erótica é que, algures nas Hollywood Hills há um gajo atrás de uma máquina de escrever a pensar: “ok, a Melanie está sozinha em casa, e agora?”.
O argumento progride e o narrador em voz off dita o ritmo. Melanie ficou em casa enquanto as amigas se foram divertir para Las Vegas. Uma súbita sobrecarga de trabalho no escritório obriga-a a fazer cálculo financeiro à beira da piscina, envergando um biquini diminuto.
De um pessimismo solitário com alusões a Schopenhauer, Melanie adormece com o laptop no lap. A imagem nublada indica “sonho” e subitamente, da piscina emerge um latagão com creme bronzeador na mão, predisposto a untar Melanie como se esta fosse uma travessa de ir ao forno.
Passam-se 5 realistas minutos de pura poesia, que o pudor me impede de relatar, para Melanie acordar, sobressaltada pelo toque da campainha. Eis senão quando, do outro lado da porta surge o canalizador surpresa: exactamente o mesmo latagão do sonho. A cena acaba com Melanie a fechar a porta com um piscar de olho cúmplice e um sorriso traquina para a câmera.
Cut, print, and that's a wrap! Henry Miller em película.
Por outro lado, no género pronográfico é óbvia a presença do minimalismo dos construtivistas russos. Não há lugar para máquinas de escrever ou writer’s block . O argumento discorre da conversa entre três marmanjos num bar fumarento, ao sabor de cerveja barata.
Uma dama vestida integralmente de cabedal (napa) branco sai de casa para passear o cão. Algures pelo caminho cruza-se com três distinto senhores (nada mais que os três argumentistas), vestidos com casacos de cabedal (napa) preto e envergando bigodes à Lech Walesa, que se predispõem a lhe tratar o corpo como uma senhora na retrosaria sente a textura do tecido.
Começa a tocar aquele distinto medley de Disco com techno dos anos 80 (para quando um “Now, that’s what I Call Porn Music”?) e parte-se para a acção.
Onde está a sedução? Porque é que o diálogo foi, subitamente, substituído por monólogos curtos e repetitivos acerca de iminentes chegadas? O que aconteceu à taça de morangos e ao risinho maroto com as bolhinhas do champanhe que adornam o género erótico? Nada disso, um filme pornográfico é a fantasia sexual de alguém que está 5 minutos atrasado para apanhar o autocarro. É arte menor.
Slam, bam, not even a “thank you ma'am”!

Super Size Me

Acabei de ver o Super Size Me e fiquei, finalmente, a saber de onde vêm os Chicken McNuggets: de galinhas idosas e de peitos, invulgarmente, grandes.
A base para um persuasivo argumento anti – junk food é óbvia: “Gostarias que aparecesse um gigante e comesse a tua tia Gertrudes com molho de mostarda?”

segunda-feira, julho 11, 2005

Nostalgia!

O Sinédrio contra ataca.































Quero, desde já, expressar três sentimentos profundos:
«Saudade para o Rei do Rock Sinfónico: El Cid!!!;
Tony tu está vivo!!!;
O "Brother Louie" dos Modern Talking continua um hino!!»